terça-feira, 16 de junho de 2009

Residência em Aldeia da Serra:

OS ARQUITETOS

A residência em Aldeia da Serra foi projeta pelo escritório de arquitetura MMBB. O escritório foi criado em 1996 e é formado pelos arquitetos Angelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. Embora o escritório possua suas instalações físicas na cidade de São Paulo, a atuação do grupo se dá em outras cidades a exemplo de Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Recife, Curitiba, e outras cidades dentro e fora do Brasil.
Com projetos de varias tipologias, o escritório possui obras que vão desde projetos de habitação, passando por equipamentos públicos, instalações urbanas, infra-estrutura e projeto urbano, como o projeto do bairro novo em São Paulo.

Fernando Melo Milton Braga



Marta Moreira Angelo Bucci





A OBRA

A Arquitetura ao longo de sua longa existência (vale aqui a redundância) vem sofrendo modificações geradas por inúmeros fatores. Desde o começo do século XX, após o período eclético – início do moderno, a arquitetura vem passando com modificações inerentes ao período, em virtude das descobertas de novas tecnologias, e modificações referentes as mudanças ocorridas no ambiente social e cultural.
Um dos grandes temas da arquitetura durante o século XX consiste da necessidade de obter coerência entre a produção do espaço interno e externo de uma edificação, o que chamamos de espaço fluente (continuidade de interior e exterior).


A residência em Aldeia da Serra construída no início do século XXI reforça essa idéia de que “o espaço interno deve expressar-se no exterior” e de que a arquitetura tem que ser um reflexo do seu momento seja na configuração espacial como na utilização de materiais e técnicas construtivas atuais.

Frente da Casa: O espaço interno da garagem é escondido em função do recorte
no terreno, possibilitando a visualização apenas do primeiro pavimento.
Foto Nelson Kon.


O projeto foi desenvolvido sobre um terreno em aclive (20 metros de frente e 40 metros de fundo) com desnível de 8 metros, no qual foram erguidos dois pavimentos (Térreo com garagem, área de serviço e dependências de empregados; 1° andar com dormitórios, escritórios, cozinha e salas de jantar e estar) além do terraço descoberto com espelho d’água. A casa se resume a um volume em forma de prisma retangular com o mínimo de contato com o solo, interligado ao terreno por meio de rampas passarelas e escadas.

Embora a casa lembre a casa Villa Savoye, principal representante da arquitetura moderna no início do século passado, por possuir bastante caracterisricas modernistas, possui também elementos novos não pertecentes - via de regra - aos 5 pontos da arquitetura moderna (Planta Livre, Fachada Livre, Pilotis, Terraço Jardim, Janelas em Fita).

O principal elemento inovador em relação aos arquitedos modernista do incío do século passado é a alternância das aberturas e dos fechamentos de forma a compor campos visuais e barrar a visualização do interior da casa mantenda a privacidade desejada em alguns espaços. Essa decisão de projeto também proporcionou cenarização do ambiente interno com entradas de luz natural diferenciadas. A permeabilidade visual geranda pela disposição dos planos verticais e dos materiais aplicados (grandes e pequenos planos de vidro) na vedação possibilitam o entendimento de praticamente todo o espaço externo (entono em que foi implantada a casa).

Foto do Interior da Casa: planos de vidros maiores na direção da área verde e janelas menos nas laterias, proporcionando maior privacidade em ralação aos construções vizinhas

A ortogonalidade presente na fachada e preservada na composição dos espaços internos, não existindo nenhuma contradição, ou tentativa de negação da forma externa em relação ao ambiente interno.


Ortogonalidade externa é refletida nos espaços internos sendo quebrada apenas pelas escadas centrais de acesso aos pavimentos.

Os materiais, como especifica o texto a seguir, e é ilustrado nas fotos, não ocasionam grandes contrastes ou contradições plásticas entre o interior e o exterior.



“Todas as paredes da casa foram feitas em argamassa armada, todos os vidros são livres de caixilhos; os pisos internos, em granilite e os externos, em concreto lixado. A laje de cobertura está protegida com um espelho d´água. As paredes externas são sombreadas com um painel industrializado feito de madeira e cimento prensados.”









Fotos da fachada dos fundos: homogeneidade entre os materiais aplicados interna e externamente


Embora pareça que a intenção maior dos arquitetos tenha sido a integração do interior com o exterior, em todos sentidos, alguns ambientes como os quartos proporcionam uma sensação de exposição excessiva gerada pela possibilidade de visualização de todos os pontos dos quartos em virtude dos planos de vidros baixos (“peitoris” baixos). As grandes aberturas, nessa edificação podem gerar, a depender da pessoa, uma sensação de ausência de privacidade, pondo em choque a função real de uma casa, que seria a de proteção física e psicológica dos habitantes.




Foto do quarto: Exposição excessiva dos ambientes mais íntimos


Assim como a forma externa da edificação proporciona uma integração visual, com seus grandes planos de vidro, e integração física, com as passarelas que dão acesso ao terreno em aclive em todos os pavimentos, o espaço interno também segue a mesma configuração, com espaços internos abertos (sem grandes recortes de paredes) e visuais sem grande quantidade de ornamentos ou mobiliários.







Ligações diretas dos pavimentos com o terreno em aclive geram uma grande integração com o ambiente proporcionando uma permeabilidade constante.












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